New Chapter

 



"Depois da morte o luto, depois do luto o renascimento e do renascimento uma nova forma de ser e assim se conclui um ciclo" - Milla

Novo Capítulo

Muita gente esperando por este post, como se eu realmente fosse conseguir escrever tudo o que aconteceu até aqui e principalmente tudo o que senti e estou sentindo. Muitas coisas eu ainda estou tentando processar, mas sem muito esforço eu apenas vivo um dia de cada vez e me PERMITO ir devagar pelo menos uma vez na vida...

Quase 2 meses se passaram desde a discussão com a minha mãe e 1 semana se passou desde que estou em uma nova vida pra chamar de minha. Depois daquela discussão, o mês seguiu com muito trabalho de domingo a domingo pra conseguir guardar dinheiro pra alugar uma casa de uma vez por todas. O mês de Junho foi um dos mais difíceis até aqui: muito trabalho, cansaço mental, emocional e silêncio. Durante 30 dias ninguém naquela casa falou comigo, como se eu fosse um tipo de criminosa. Deixei as pessoas pensarem o que elas bem entendia sobre mim, enquanto neste silêncio que me colocaram eu fui desenhando a minha próxima vida junto com o Patrick.

Tivemos muita ajuda espiritual. Estes seres que nos acompanham abrindo os nossos caminhos e num trabalho em conjunto a gente dava nosso melhor daqui e eles davam o melhor deles no plano invisível pra nos ajudar. Percebemos isso claramente, pois tínhamos tudo pra não conseguir e conseguimos. Tudo seguiu um fluxo mágico e rápido e eu que havia dito no Dia dos Namorados: "daqui 1 mês é meu aniversário e eu não quero mais estar naquela casa"- no meu aniversário já estava certa a nossa mudança.

É, eu estava decretando algo. Nunca estive tão focada, tão quieta, tão pensativa e tão feliz quando vi que realmente a coisa ia acontecer melhor do que eu poderia imaginar. O Universo sempre nos mostra que podemos sonhar mais alto e sem medo.

Faz uma semana que estamos morando no Anália Franco, bairro que durante todos estes anos eu e o Patrick sonhamos no nosso silêncio em morar. No início de tudo, um bairro como este estava fora de cogitação: eu só queria sumir de São Mateus, pra qualquer lugar. Mas o Universo nos colocou onde sempre sonhamos estar e aqui estou eu, registrando isso no silêncio da "minha casinha" no coração do Anália Franco.

Você deve estar se perguntando se eu sai da casa da minha mãe sem falar com ela. Bem, quando tudo foi acertado com a corretora e a dona da casa e todos os contratos foram assinados, eu senti vontade de chorar de tanta felicidade. Eu e o Patrick parecíamos dois bobos sorridentes pela rua e acertando tudo em "segredo". No dia seguinte, quebrei o silêncio de 30 dias pra dizer a minha mãe que na próxima semana eu estava de mudança e ela me desejou "boa sorte" da forma mais seca que existe.

Continuei com a minha rotina de trabalho e o Patrick apareceu em casa pra buscar os brigadeiros e nos abraçamos com o sorriso de orelha a orelha, pois finalmente íamos morar juntos, eu ia embora e estávamos indo para o nosso lugar: era muita informação. Minha mãe no meio dessa emoção toda, começou a puxar assunto comigo e dizendo o que eu precisava levar pra não começar uma vida sem absolutamente nada. Eu (mesmo desconfiada), só segui o fluxo e conversamos bastante depois de 1 mês de silêncio. Naquele momento não estava me importando muito com o que esperavam ou não de mim. Eu só queria cortar o cordão umbilical e desapegar de tudo o que me fez tanto mal durante anos. Eu trabalhei demais, eu fiz banho de ervas, eu fiz orações fortes, eu ouvi minha intuição, eu alimentei minha força interior, eu me calei, eu tive que dar conta do meu emocional abalado e estou aqui: VIVA pra contar história.

Alí na última semana, minha mãe ajudou com o que pôde. Eu de verdade nem esperava nada, mas ela fez questão e eu não me opus. Eu tenho uma qualidade, eu sempre sei zerar tudo com quem quer que seja. Mas eu entendi que na vida certas relações são melhores a distância, sem muito contato.

A primeira semana foi muito estranha. Um misto de felicidade, preocupação em dar conta desta nova vida, saudade de uma vida que passou, fiquei meio doente, perdida, empolgada e com o emocional a flor da pele. Senti saudades do Nino de doer na alma, fiquei ansiosa sem dormir, senti medo de tanta coisa.

Seja como for, é o natural da vida que tenhamos que seguir em frente a NOSSA verdade. Passei os últimos 15 anos cansada de viver a família dos outros, a casa dos outros, as regras dos outros, o jeito dos outros. Pela primeira vez eu vivo as minhas regras, o meu jeito, a minha vida e mesmo desacostumada a ser tão livre, eu sei que vou conseguir me libertar de verdade. 

A porta da gaiola está aberta agora. Só preciso de um tempinho, de uma percepção limpa sobre tudo e paciência comigo mesma pra voar pelos caminhos que eu acredito.

♬ Guaranteed - Eddie Vedder













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