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Este post atrasado é sobre meu aniversário...

Esse foi o aniversário mais confuso e estranho de toda a minha vida. É possível se sentir muito feliz e muito triste ao mesmo tempo? O quão impactante pode ser os acontecimentos pra nos deixar divididos entre a dualidade?

No meu aniversário do ano passado, enquanto assoprava a velinha do meu bolo eu desejava conseguir sair do lugar que vivi a vida toda e finalmente ter a minha casa com o Patrick. Me lembro que neste mesmo dia, eu e Patrick tínhamos ido ver uma casa no bairro do Arthur Alvin diretamente com o dono, mas por questões burocráticas não conseguimos alugar. Eu me lembro de ficar bem chateada, mas logo pensei: se não conseguimos agora, é porque será melhor!

Tínhamos outros planos para o meu aniversário, mas devido a tanta correria pra fazer a mudança de casa, conseguimos nos encontrar em um dos meus café favoritos: Prime Coffee. Meu aniversário este ano teve gosto de vitória e eu precisava comemorar...

Apesar de todos os motivos felizes, eu também estava triste. Um balanço pessoal foi feito e vi o quanto foi caro o preço da minha liberdade. Como eu sofri nos últimos meses de uma forma tão surreal que me fez entender as razões de tantas coisas. Eu cheguei a ter a clareza sobre porque tive que passar por tudo isso e aceitei tudo silenciosamente. O mais importante nisso tudo é que fui amparada por uma espiritualidade que me encheu de forças pra continuar mesmo quando eu não aguentava mais e me fez acreditar que lá na frente tudo valeria a pena.

Em um dado momento do nosso café, eu e o Patrick olhávamos um para o outro e comentávamos: "a gente mora aqui!". Foi uma mistura de gratidão com "não acredito".

O mais importante neste meu aniversário é que eu sempre soube que era forte, mas não tinha dimensão do quanto. O que eu aguentei, muita gente não aguentaria. O que eu engoli calada, muita gente se infantilizaria pois este é o caminho mais curto. O que eu acreditei muita gente já teria desistido. O que eu fiz meu corpo suportar pra aguentar tanta dor emocional e psicológica, peço perdão a ele por cada doença que adquiri. São 44 anos, quilos a mais, chacras desalinhados, emocional ainda abalado, doença auto imune, gatilhos mentais, ansiedade...

Eu me sinto como um soldado com estresse pós traumático depois da guerra e tudo o que quero é minha cura total.

Obrigada por ler.

♬ The Art of Letting Go - Mariah Carey









photos/ Patrick and me

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